
Solitude e solidão são dois conceitos que muita gente aborda atualmente.
Sempre vejo gente postando sobre isso no Instagram – na maioria dos casos, repostando “frases de efeito” criadas por outros, já que pouca gente tem a capacidade intelectual de verbalizar seus próprios sentimentos e ideias hoje em dia.
Esse é um assunto para uma futura reflexão.
Mas apesar da viralização desses conceitos, será que as pessoas entendem sobre o que estão repostando?
Solitude tem seu valor, e alimenta boas coisas, se for cultivada em dosagem adequada; solidão sempre faz mal, não importa por quanto tempo.
Solitude todos querem dizer que têm; solidão ninguém assume que tem.
As pessoas confundem muito uma coisa com a outra – suspeito que até de propósito.
O que mais vejo hoje é definitivamente solidão.
Pessoas cheias de contatos, amigos, seguidores… mas solitárias. A solidão não é a ausência de companhias, mas sim de gente que nos toca onde mais importa – no profundo da alma.
Com quantas pessoas você conversa ou convive com certa frequência?
E quantas vezes você se lembra de ter ido embora do encontro com elas sentindo que a conversa foi profunda e construtiva, e sabendo contar a alguém algo novo que aprendeu?
Com quantas dessas pessoas você demonstrou ter uma forma de ver o mundo totalmente diferente delas e confrontou elas com a sua visão?
E depois de ter feito isso, e passado por uma discussão sobre essas coisas que realmente importam (porque elas definem o seu ser), despediram-se sentindo que se entendem ainda mais, e não menos?
Eu aposto que pouquíssimas pessoas têm conversas dessa natureza atualmente, e a maioria que teve acabou se afastando e perdendo “amigos”.
Nessa época ridícula que vocês estão vivendo no Brasil, em que pela primeira vez na história da humanidade se tornou fofinho se apresentar como coitadinho e vítima de tudo, conversas importantes desse tipo, que nos afastam da solidão, não acontecem mais.
O neguinho quer ser o coitadinho oprimido pelo branquinho; a menininha quer ser a coitadinha oprimida pelo menininho; o pobrezinho quer ser o coitadinho oprimido pelo riquinho; o gayzinho quer ser o coitadinho oprimido pelo héterozinho.
As pessoas perderam a vergonha do ridículo. Quando, na história da humanidade, alguém conquistou alguma forma de justiça apelando para o vitimismo? Nunca.
Da mesma forma que isso nunca aconteceu na história da humanidade, não será agora a primeira vez. O único impacto que isso causa é a ausência de conversas verdadeiras – é a vida enjaulada, calada, que só abre a boca se for para o politicamente correto.
E isso tem acontecido muito dentro das famílias também.
Filhos pouco inteligentes e facilmente manipulados por essas ideologias degeneradas acabam usando essa farsa contra seus próprios pais, a fim de gerar sentimentos de inaptidão e culpa, e através desse sequestro emocional conquistar vantagens materiais.
Tudo isso para dizer: o que reina hoje é a solidão. Estão todos sozinhos, até dentro de casa com a família por perto.
Pais que caem nessa armadilha por medo de botar ordem nos filhos corrompidos acabam, mais tarde na vida, conhecendo o verdadeiro sentido de solidão.
Uma vez infectados por essa doença, queimam pontes com pessoas verdadeiras, e creem que o filho degenerado vai lhe fazer companhia na velha idade – estão sempre enganados.
É triste, mas tão comum!
Voltando a falar da confusão de solitude e solidão, é importantíssimo saber diferenciar os dois conceitos para não alimentar a vida de solidão na espera de colher benefícios de solitude.
Solitude não é para todos. É um conceito que funciona para uma minoria dos arquétipos de pessoas. É quase garantido que não funciona para você, mesmo que você se confunda achando que está lhe fazendo bem.
Solitude depende de um objetivo intelectual. É a calma e o silêncio necessário para escutar a sua alma e alimentá-la com o seu tipo de alimento – conhecimento sobre as virtudes.
Tudo além disso configura tempo de solidão, e sempre faz mal.
Você não ter ninguém para construir uma vida junto, ou para criar planos sobre o futuro, ou para bolar grandes objetivos, é a prova da sua solidão, e não do cultivo da solitude.
“Estar sozinho é melhor do que estar mal acompanhado” é o lema da solidão, e não da solitude.
As boas companhias são conquistadas e construídas por você, e não herdadas ou ganhadas como uma bênção ou prêmio.
Quem aguarda a boa companhia só poderá viver em solidão até o fim.
Não existem livros de autoajuda suficientes para enganar o solitário de que ele tem solitude.
Ao pensar em demonstrar para os outros que “estou bem comigo mesmo” o solitário ia deixa a máscara cair de que a solidão está pesando.
Absolutamente ninguém está bem sozinho.
Isso não existe.
Dizer que sim é um curativo de band-aid para uma ferida de facada profunda e aberta.
Serve para aguentar mais uns dias, mas se nada for realmente feito, a perda de sangue é o que vai ditar o resultado.
O meu conselho é: não caia nessas conversas.
Esqueça de buscar solitude, porque provavelmente não é para você, e cuide ao invés disso em garantir que nada do que você faz lhe conduza para solidão.
É mais fácil acabar com a solidão do que se tornar virtuoso o bastante para apreciar os pequenos momentos benéficos da solitude.
Evolua aquilo que você pensa; fale sempre o que você realmente pensa; ofenda quando for para ofender; não elogie quando não for para elogiar; seja honesto com você, para assim conquistar a honestidade dos outros.
Deixe de ser infantil e mimado.
Ninguém te deve nada.
O mundo não te deve uma boa companhia; você é que tem o dever de criar e conquistar as boas companhias para a sua vida.
Se está solitário, é porque tem feito menos do que deveria. Diz mais sobre você do que sobre o mundo.
Tem mais de 8 bilhões de almas no mundo.
Você não é tão bom e especial que “prefere” estar sozinho.
Uns tapas na cara às vezes resolvem.
Solitude é super necessária sim para estudos, organização de idéias, descanso, meditação e para adquirir o sentimento de individualidade… um restart portanto, para poder estar em companhia de alguém cheio de novidades, renovado e inteiro para trocar e a partir dessa troca multiplicarem-se os interesses. Relacionamento é se encontrar no outro, requer coragem e segurança de se mostrar vulnerável sem perder sua individualidade.
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Interesting
Dylan Rees Dubai – UAE São Paulo – Brazil dylan@drm-g.com ________________________________
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