Reflexão sobre Paradoxos do Dinheiro

Geralmente encontramos dois tipos de pessoas quando o assunto é dinheiro:

Aquelas que só pensam em dinheiro, e que o dinheiro vem acima de tudo;

E aquelas outras que dizem que dinheiro não importa.

Os dois tipos não entendem nada de dinheiro e faltam com a lógica do assunto.

Já notou que esses que dizem que dinheiro não importa são os que mais têm problemas de dinheiro? E, portanto, acabam pensando até mais em dinheiro do que aqueles que consideram dinheiro a coisa mais importante de todas.

Essas pessoas vivem com apertos de dinheiro. Elas gastam em um mês o que ganharam naquele mesmo mês.

Por viverem dentro dessa ideologia burra de que dinheiro não importa, elas de fato cuidam muito errado do pouco dinheiro que ganham, e vivem precisando de mais dinheiro ou preocupadas sobre a falta de dinheiro do mês seguinte.

São as pessoas que tem “sonhos” que dependem de alguns gastos de dinheiro, mas que nunca têm esse dinheiro na conta porque gastaram com hobbies e prazeres que nada têm a ver com o suposto “sonho”.

Quem aí conhece gente assim?

Eu conheço.

O suposto “sonho” da pessoa custa R$10.000. Ela hoje tem zero na conta. Mas gastou R$50.000 em 6 meses com algum hobby ou diversão.

Obviamente que tem muita coisa errada com gente assim, e a ignorância sobre o que é dinheiro talvez seja a menor delas, mas para essa reflexão vamos nos prender somente à questão do dinheiro.

Essas são as pessoas cômicas que dizem “não precisar de dinheiro para ser feliz” e que “com muito pouco eu faço mais do que preciso”

Já perceberam as semelhanças com aquelas pessoas que descrevemos em outra reflexão?

São aquelas que adoram “viver o agora”. Pois é, são farinha do mesmo saco – e colhem frutos podres igualmente.

Você entende agora a raiz do que está errado nessa forma de pensar também sobre dinheiro?

A pessoa que menospreza o valor do dinheiro inevitavelmente termina sem dinheiro (é uma consequência lógica e óbvia) e colhe as consequências disso de formas que nunca imaginou ou antecipou.

Enquanto a vida está caminhando mansamente e tranquila, de fato não faz muita diferença você ter muito dinheiro parado na conta ou pouco.

Mas e quando alguma merda inesperada acontece? E elas sempre acontecem, porque fazem parte da vida!

Aí sim, vemos o verdadeiro resultado de viver como se dinheiro não fosse importante.

A pessoa que tinha um “sonho” de R$10.000 e que viveu com zero na conta porque gastou R$50.000 com hobbies e diversão e, portanto, nunca nem tentou conquistar o suposto “sonho”, vai levar porradas da vida:

Por exemplo, vai engravidar irresponsavelmente sem planejamento – que constitui abandono de responsabilidade.

E aí, como é que fica?

Agora, a criança que virá ao mundo é forçada a arcar com os frutos da ideologia irresponsável dos pais – se não tinha R$10.000 para o próprio sonho, a criança terá a melhor escola, a melhor frauda, o melhor conforto, a melhor chance de ser o seu melhor?

A resposta obviamente é não.

Mesmo que a pessoa se transforme da noite para o dia, e deixe de ser uma niilista egoísta e irresponsável, e passe a ser tudo o que ela nunca valorizou ou entendeu – uma pessoa coerente, responsável, focada, determinada em atingir o seu melhor – ainda assim, será tarde demais.

Não será mais possível ganhar o dinheiro que se ganhava antes – talvez nunca mais na mesma proporção!

E sejamos sinceros aqui: pessoas assim não se transformam nunca. Da mesma forma que a prioridade era “viver o agora” antes, o abandono de responsabilidade que causou a gravidez vai ser compreendido como “coisas da vida, ué, acontecem com qualquer um”.

Bem não, né? Não nos coloque no mesmo barco que você.

Enfim, essas pessoas das ideologias do “viver o agora” e do “dinheiro não importa, o que importa é ser feliz” sempre acabam com o pior dos dois mundos:

Acabam sem poder viver o agora, porque cagaram no próprio futuro, e acabam entendendo, quando já é tarde demais, que dinheiro importa sim e, se não traz felicidade, no mínimo evita boa parte das tristezas.

Dois erros não fazem um acerto.

Pessoas assim vivem de cagada em cagada achando que um dia serão presenteadas com um acerto.

Bom, acho que já enterramos de vez esse tipo de pessoa, né?

E o que podemos falar do outro extremo – os que pensam que dinheiro é o que mais importa?

Gosto de partir do princípio de que os extremos sempre devem ser evitados – nem tão retardado quanto um, e nem tão hipnotizado quanto o outro.

Sim, eu acredito que essas pessoas que só vivem pelo dinheiro estão hipnotizadas pelo que imaginam que o dinheiro pode trazer.

Uma vez li um artigo em que foi realizada uma pesquisa com 100 milionários.

A pergunta era: pelo que trocariam hoje toda a sua fortuna?

A resposta mais comum foi: “trocaria todo o dinheiro por voltar a ter 18 anos novamente”

E isso faz total sentido – trata-se de uma coisa que nenhum dinheiro compra (pelo menos até hoje).

Mas o que essa resposta realmente nos ensina?

Essa resposta nos ensina duas coisas:

Primeiro, que essas pessoas de sucesso sabem que voltariam aos 18 anos de idade e construiriam vidas de sucesso ainda maior. Eles têm absoluta convicção da sua capacidade de acertar, e estão mais que certos quanto a isso.

E segundo, também nos ensina que a chave de todo o sucesso está precisamente em saber valorizar o passado, o presente e o futuro – nunca no “viver o agora”.

Essas pessoas têm em suas essências a sabedoria de que a felicidade do ser humano depende de um objetivo eternamente no horizonte distante e da aventura da jornada na busca desse objetivo.

Mais do que isso: sabem que o verdadeiro prêmio está na busca, e não na conquista do objetivo.

É por isso que “voltar aos 18 anos” tem tanto valor – porque significa décadas pela frente de aventuras e de busca incessante por esse objetivo que está eternamente no horizonte.

Já a pessoa burra do “viver o agora” e do “dinheiro não importa, o que importa é ser feliz” vai entender nessa volta aos 18 anos nada mais do que uma nova chance de “curtir a vida” e sentir sensações de prazer como se fosse jovem.

São dois mundos diferentes em relação à forma de se pensar, e conduzem a dois tipos de vida completamente diferentes.

Mas voltando aos extremos:

Você percebeu que a maioria desses 100 milionários da pesquisa não estão nem em um extremo e nem no outro?

Eles representam o “caminho do meio”, ou a possibilidade da moderação. Esse é sempre o melhor caminho quando se analisa os resultados em vida das pessoas.

Pensar que dinheiro não importa, de certa forma, é igualzinho a pensar que dinheiro resolve tudo. Ambos são puramente materialistas, mesmo que o primeiro ache que ele é justamente o oposto disso.

O que pensa que “dinheiro não é importante” vai sempre viver com problemas de dinheiro. Na prática, vive na pele a realidade da importância do dinheiro, mesmo que nunca se toque disso.

O que pensa que “dinheiro é o mais importante” vai sempre viver buscando mais dinheiro e sem plenitude. Na prática, vive na pele a realidade de que você nunca deve deixar o dinheiro ser o seu mestre, e sim você ser sempre o mestre do seu dinheiro.

Esses são os paradoxos do dinheiro – ou melhor, uma pequena reflexão incompleta sobre o assunto. Mas achei que foi um bom ponto de partida.

2 comentários sobre “Reflexão sobre Paradoxos do Dinheiro

  1. Fantastico a conclusão: “você nunca deve deixar o dinheiro ser o seu mestre, e sim você ser sempre o mestre do seu dinheiro”. E ir valorizando e buscando sempre o melhor para você o os que você ama.

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  2. O radicalismo em qualquer assunto, inclusive nesse, realmente é super prejudicial! O equilibrio, a ponderação, o caminho do meio sempre se mostram ideais. Gostei muito da reflexão, obrigada.

    Curtido por 1 pessoa

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