Nada de novo debaixo do sol

“Não há nada de novo debaixo do sol.” (Eclesiastes 1:9)

Não, você não está vivendo no “pior dos tempos”. Não, você não está vivendo nos tempos da “inversão dos valores”. Não, as coisas não “são mais complicadas” hoje. Não, você não calhou de viver “em uma época tão complexa”. Não, não há “mais desafios” nos dias de hoje. Não, não é “tão difícil” saber o que se deve fazer. E como Deus nos orientou, desde sempre: “Não há nada de novo debaixo do sol.”

Quantas vezes eu mesmo me peguei pensando coisas deste tipo – que as coisas são tão ruins hoje; que as pessoas são tão perdidas no seu individualismo doentio; que tem tantas loucuras por aí que até nós que somos sãos nos pegamos adotando uma coisinha ou outra que os doentes pregam. Creio que não todos, mas a maioria de nós, também já caiu em pensamentos assim.

É natural que nós pensemos que existe “algo de diferente” nos dias de hoje, precisamente porque é hoje que estamos vivos – o que sabemos do passado, por mais bem contado que seja, ainda assim não vem da nossa própria experiência e vivência, pois foi contado por outros. As coisas de hoje sempre aparentam ser especiais e diferentes, justamente porque nós só estamos aqui nos tempos de hoje.

Mas ao buscarmos um pouquinho mais profundamente, logo encontramos a resposta que tanto precisamos: “Não há nada de novo debaixo do sol.” E como Deus não é capaz de mentir e de nos trapacear, devemos tomar como absoluta verdade o que Ele nos diz. Agora, se não há nada de novo do início ao fim, como devemos entender as loucuras que vivemos hoje? Se não há nada de novo, então logicamente basta buscar a fonte das loucuras de hoje nas loucuras do passado.

Todas os milhares de formas de pecado que vemos no mundo hoje cabem dentro de poucas categorias abrangentes de formas de pecado. Vou dar uns exemplos para ilustrar isso:

Todas as formas de confusão (que, aliás, é o significado do nome “Babilônia”), depravação, degeneração e perversão sexual pertencem a uma única forma abrangente de pecado: nos remete aos antigos habitantes de Sodoma e Gomorra – são os sodomitas. Pessoas boas não têm a necessidade de adentrar e entender estas coisas – você não precisa saber o que é um “trans” ou um “gay” ou qualquer coisa deste tipo; basta categorizá-los como sodomitas, afinal, são ideologias antigas que os habitantes de Sodoma e Gomorra adotaram também. Dentro da mesma categoria temos todos os pecados sexuais: quem pratica adultério, quem pensa que sexo tem a ver com prazer pessoal, quem gera filhos sem respeito pelo sacramento do casamento, que sempre deve anteceder a geração de novas vidas, etc. E como sabemos, se a forma de pecado não muda, a punição de Deus também não muda: “O Senhor fez então cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e de fogo, vinda do Senhor, do céu. E destruiu essas cidades e toda a planície, assim como todos os habitantes das cidades e a vegetação do solo”. (Gênesis 19:24,25) Aproveito para adicionar uma curiosidade: assim como eu já fui, vocês podem também visitar a Jordânia hoje, e entre as ruínas de Sodoma e Gomorra, próximas ao Mar Morto, você encontrará por todos os cantos pedaços de ossos humanos queimados, pedras de enxofre que você pode acender em chamas com um isqueiro comum, e camadas sobre camadas de cinzas – é o que sobrou daquela gente!

Voltando às formas de pecado, a mesma verdade se aplica às outras coisas que vemos hoje: por exemplo, o fascínio das pessoas que defendem o aborto nada mais é que a antiga adoração do demônio Moloc. Como Deus nos instruiu: “Não darás nenhum de teus filhos para ser sacrificado a Moloc; e não profanarás o nome de teu Deus.” (Levítico 18:21) Todo aquele “que sacrificar um de seus filhos a Moloc, será punido de morte.” (Levítico 20:2) “Se o povo da terra não se importar por esse homem ter dado um de seus filhos a Moloc, e se não o matar, eu voltarei meu rosto contra ele e contra a sua família, e o cortarei do meio de seu povo com todos aqueles que se prostituem como ele, prestando culto a Moloc.” (Levítico 20:4-5) “Ergueram altares a Baal no vale do Filho de Hinon, para aí queimarem os filhos e as filhas em honra de Moloc.” (Jeremias 32:35) Nos rituais de adoração de Moloc, havia atos sexuais e sacrifícios de crianças. Estas eram jogadas em uma cavidade da estátua de Moloc, onde havia fogo que consumia assim a criança viva. Tal fogo seria ao mesmo tempo purificador, destruidor e consumidor. Agora, você acha que aqueles pais e mães do passado sacrificavam suas crianças com gentileza e alegria? Claro que não! O sacrífico dos filhos a Moloc fazia parte de uma troca com este demônio: entrego um filho meu, e em troca recebo de você algum favor mundano – uma vida mais confortável, mais dinheiro, mais saúde, mais qualidade de vida, menos problemas no futuro, etc. Tem alguma diferença com relação ao que ouvimos hoje nas justificativas dos abortistas sobre suas oferendas a Moloc? Não!

Da mesma forma, tudo o que vemos hoje de culto da beleza, este desespero de se apresentar em público com uma aparência invejável (ou melhor do que a realidade dentro de casa), nada mais é do adoração ao famoso demônio Lúcifer. “Eras um selo de perfeição, cheio de sabedoria, de uma beleza acabada. (Ezequiel 28:12) […] Teu coração se inflou de orgulho devido à tua beleza, arruinaste a tua sabedoria, por causa do teu esplendor. (Ezequiel 28:17) […] Assim, de ti fiz jorrar o fogo que te devorou e te reduzi a cinza sobre a terra aos olhos dos espectadores.” (Ezequiel 28:18) Este demônio, que era o mais belo dos anjos, caiu precisamente pelo seu amor-próprio à sua aparência, fruto de orgulho. Não podemos nos esquecer de que “não há nada de novo debaixo do sol.” Coisas que parecem banais e simples são muito mais do que aparentam. Uma pessoa ir em uma clínica de estética para ferir o seu corpo voluntariamente e colocar bolas de plástico dentro do seu corpo para apresentar ao mundo uma aparência mais invejável nada mais é do que visitar um templo dedicado a Lúcifer, fazer a sua oferenda de sacrifício para ele (o seu pagamento em dinheiro) e sair de lá com um favor mundano que alimenta o seu orgulho através de uma falsa percepção de beleza.

Outro demônio em alta nos dias de hoje: Mamon, o demônio que demanda sua adoração através da ostentação de riqueza material. Leia bem: não se refere a ter posses materiais, mas a ostentar estas posses para o mundo, e cobiçar mais posses para si. Como diz o nosso Senhor Jesus Cristo: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à Mamon.” (Mateus 6:24) Para reforçar a sua importância, o mesmo comando de Cristo é repetido no Evangelho de São Lucas. Ora, o que a maioria das pessoas está fazendo hoje em dia nas redes sociais? E quando saem na rua? Na escolha do que postar para os outros verem; na escolha do que vestir ao sair; na escolha da bolsa ou do carro que se compra. Isso nada mais é do que ostentação de riqueza material – cada um dentro da sua pequenez, obviamente. Uns postam foto se achando com uma Ferrari; outros postam com um Fusca. Mas o pecado é o mesmo, não muda nada – em essência, ambos estão ostentando o que tem. E como estas posses se tornam posses? A pessoa vai até um dos templos de Mamon (uma loja de bolsas caras, por exemplo), faz a sua oferenda de sacrifício para ele (o seu pagamento em dinheiro), e sai do templo com um favor mundano do demônio adorado – a posse material para ostentar. Novamente, nota-se que “não há nada de novo debaixo do sol.”

Eu poderia dedicar páginas e mais páginas a comparações deste tipo, conectando pecados comuns hoje com demônios que conhecemos da antiguidade, mas escrever mais não irá somar nenhum valor adicional ao que me interessava apresentar neste post. Para quem ficou interessado e curioso sobre esta forma de entender o mundo, sugiro ler sobre os pecados capitais, quais demônios se encaixam dentro de cada pecado, e como o culto a cada um deles sempre foi realizado. Com isso, você, que é uma boa pessoa, irá perceber que a maioria dos problemas que vemos hoje no mundo são resumidos a cultos a demônios que sempre estiveram por aí – obviamente, o culto não é explícito, mas os atos das pessoas conferem adoração indireta aos demônios através das coisas praticadas ou adquiridas, e para os demônios, que visam ofender a Deus, isso basta.

Ao avaliar quais são os pecados, quem são os demônios relacionados a estes pecados, e quais as formas de adoração que eles demandam, fica óbvio que Deus nos deu o melhor dos conselhos em “não há nada de novo debaixo do sol.” O tempo passa, as tecnologias mudam, as coisas recebem outros nomes, outros rótulos, outras aparências; mas quem está por trás de tudo isso são os mesmos, desde sempre. Moloc se agradava com a morte de crianças e chamava isso de sacrifício; hoje chamam o sacrifício de “direito da mulher”, “meu corpo, minhas regras”, “empoderamento”, e outras coisas deste gênero. Aquele demônio que se apresenta como Aserá, que lemos sobre nos livros de Oseias, Jeremias e Ezequiel, se agradava com libertação sexual, o abandono dos pudores, e era venerado como um “deus da prostituição”, chamando isso tudo de fertilidade; hoje chamam tal fertilidade de “sexo livre”, “pornografia”, “prazer pessoal” e muitos outros nomes. E Mamon, tão adorado nos dias de hoje, se agradava ao inflar o ego das pessoas causando-as a cometer o pecado capital do orgulho, chamando isso de riqueza; hoje as pessoas o veneram e o agradam da mesmíssima forma, mas como eu disse acima, a riqueza necessária para se ostentar pode ir de um Fusca a uma Ferrari, não é necessário ser realmente rico de posses materiais para prestar adoração ao demônio.

O que me impressiona (e me mostra a dimensão do problema hoje) é que muitas pessoas ficaram chocadas quando a Nike lançou aquele tênis de edição limitada dedicado ao Satanás com simbologia satânica e sangue do estilista (acho que era do estilista) dentro da sola do tênis; ou quando estas marcas caras tipo Balenciaga, Dolce & Gabbana, Gucci, e Versace se promovem no tapete vermelho (que daria em si conteúdo para um post inteiro) seu vestuário com simbologia ostentando os demônios abertamente e fazem parcerias com artistas conhecidos por promover idolatria a Satanás, como Lady Gaga, Sam Smith, Taylor Swift, etc. Como é que as pessoas se chocam de ver o óbvio? Me parece que ainda falta entendimento sobre o que está acontecendo no mundo; o que está realmente em jogo.

A história do mundo é uma de conflito: uma guerra espiritual, que começa no Jardim do Éden, e terminará na segunda vinda de Jesus Cristo para o Julgamento Final. “Não há nada de novo debaixo do sol.” Tudo o que acontece entre o início e o fim dos tempos deve ser compreendido dentro da perspectiva desta guerra espiritual. No fim, sabemos que a vitória do bem é certa; os próprios demônios atestam isso na Bíblia, eles sabem que a derrota é garantida, mas até este momento eles podem se vangloriar na terra, conquistar devotos, e garantir a condenação de milhões de almas para a punição eterna. A nossa alma é o que está em jogo.

Isso tudo deve nos confortar: não há nada de novo, não há nada de especial, não há nada de melhor ou pior nos nossos tempos; é tudo a mesma coisa, do início ao fim. Então não vamos nos chocar com o óbvio; não vamos nos prestar a discutir e criticar os que escolhem prestar culto aos demônios; não vamos gastar o nosso precioso tempo de vida para entender qual é o rótulo de hoje (alguma ideologia) que um demônio usou para angariar devotos; não vamos nem sequer nos rebaixar ao nível deles para criticá-los, porque ao fazer isso, estamos reconhecendo o poder de influência dos demônios, e isso vale muito para aqueles que se alimentam de orgulho.

Vamos agir de acordo com a instrução de Jesus Cristo: “Afasta-te, Satanás!” (Mateus 16:23)

3 comentários sobre “Nada de novo debaixo do sol

  1. Os pecados só mudam de nome, época e de ambiente, vc exemplificou e comparou muito bem, o importante é fortalecer nossos pensamentos e ações pro bem, em nome de Jesus 🙏

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