O Eclipse da Crucificação: 3 de Abril do ano 33

Inspirai, ó Deus, as nossas ações, e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e para vós termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

O Eclipse da Crucificação: 3 de Abril do ano 33 d.C. – Quando Céus e Terra Tremeram

“O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor.”
Joel 2,31 / Atos 2,20 (Bíblia Sagrada – Edição Ave-Maria)

No dia em que Jesus de Nazaré foi crucificado, o cosmo estremeceu.

Os Evangelhos testemunham que trevas cobriram a terra, a terra tremeu, o véu do Templo se rasgou, e os mortos saíram dos sepulcros. Esses não foram meros símbolos poéticos. Desde os primeiros tempos, os Padres da Igreja tomaram esses sinais com máxima seriedade — como testemunhas visíveis da crucificação do Criador do universo.

E se a ciência moderna agora confirmar que um desses sinais — um eclipse lunar — não apenas foi possível, mas visível exatamente naquela noite? E se esse eclipse agora puder nos ajudar a identificar, com precisão astronômica, o verdadeiro dia e hora da morte de Cristo?

Sigamos os sinais — das Escrituras, passando pelos primeiros Padres, até o céu estrelado.


I. Testemunhas das Escrituras e dos primeiros anos da Igreja

Os Evangelhos são unânimes ao relatar um fenômeno extraordinário: trevas cobriram a terra durante a crucificação.

“Já era quase a hora sexta, e as trevas cobriram toda a terra até a hora nona. Escureceu-se o sol.”
Lucas 23,44–45 (Bíblia Sagrada – Edição Ave-Maria)

Os Padres da Igreja não viram essas trevas como metáfora, mas como um fato literal e cósmico. Eles enfatizam especialmente a terceira hora (9h da manhã), a sexta hora (meio-dia) e a nona hora (15h) — as horas em que a Paixão se desenrolou.

São Cipriano de Cartago (†258), Tratado sobre a Oração do Senhor, §34:

“O Senhor foi crucificado na terceira hora, e na sexta hora o sol se obscureceu, e na nona hora entregou o espírito.”

Santo Agostinho (†430), Carta 55 a Januário, §21:

“A terceira hora é aquela em que Ele foi crucificado; a sexta, na qual o sol se obscureceu; e a nona, em que Ele entregou o espírito. Essas três horas… Ele nos ensinou a santificar com a oração.”

Alguns Padres chegaram a afirmar que registros pagãos também relataram essa escuridão misteriosa:

Orígenes de Alexandria (†253), Contra Celso, Livro II, 33:

“As trevas que caíram sobre a terra no momento da crucificação… são atestadas por um acontecimento registrado na história grega: Flegonte… diz que houve o maior eclipse do sol… e tornou-se noite à sexta hora do dia, a ponto de estrelas aparecerem no céu.”

Estes relatos confirmam uma memória universal de uma perturbação cósmica — especialmente uma obscuridade do sol.


II. A Data da Crucificação: 3 de Abril do ano 33 d.C.

Graças à ciência moderna, aliada com estudos bíblicos e a astronomia, a data exata da crucificação de Jesus se tornou conhecida precisamente para todos nós: sexta-feira, 3 de abril do ano 33 d.C.

Para identificar a data precisamente, três condições eram necessárias:

  1. A Páscoa deve cair em uma sexta-feira, como os Evangelhos confirmam que Cristo morreu antes do sábado.
  2. Deve ter ocorrido durante o governo de Pôncio Pilatos (26–36 d.C.).
  3. Deve coincidir com o calendário lunar judaico, no qual a Páscoa (14–15 de Nisã) ocorre na lua cheia.

Apenas duas datas atendem a esses critérios:

  • 7 de abril de 30 d.C.
  • 3 de abril de 33 d.C.

Mas o dia 3 de abril se destaca por um detalhe extraordinário


III. O Eclipse Confirmado pela NASA: Jerusalém, 3 de Abril de 33 d.C.

No dia 3 de abril do ano 33 d.C., ocorreu um eclipse lunar sobre Jerusalém. A lua nasceu em eclipse, logo após o pôr do sol — exatamente após o momento da morte de Jesus.

Esses dados são hoje plenamente confirmados por tabelas astronômicas da NASA e simulações de eclipses.

Para o documento da NASA que prova este eclipse, clique aqui.

Veja os fatos principais extraídos sobre o eclipse:

EventoHora local em Jerusalém
Morte de Jesus (9ª hora)~15h00
Pôr do sol em 3 de abril de 3318h20
Nascer da lua18h36
Pico do eclipse lunar18h47
Fim do eclipse~19h50

Assim, quando a lua cheia da Páscoa surgiu, ela estava eclipsada — tingida de tons vermelho-sangue.

Confirmação científica:

“Houve um eclipse lunar em 3 de abril do ano 33, visível de Jerusalém. Ao nascer da lua (18h36), a lua já estava em eclipse parcial, que atingiu seu auge às 18h47, horário local.”
— Com base no Five Millennium Canon of Lunar Eclipses da NASA

Isso significa que a lua em sangue surgiu no céu oriental pouco após Jesus morrer na Cruz. O tempo é tão preciso que não pode ser ignorado: um sinal cósmico visível em Jerusalém, enquanto o povo voltava do Gólgota para preparar o sábado.


IV. O Significado do Eclipse e da Liturgia Cósmica

Os Padres da Igreja compreenderam que a Criação inteira respondeu à crucificação. São Cirilo de Jerusalém expressa isso com clareza sublime:

“O sol se obscureceu por causa do Sol da Justiça. Pois a criatura não pôde suportar a injúria feita ao Criador.”
São Cirilo de Jerusalém, Catequeses Mistagógicas, XIII, 33

Não devemos reduzir a Crucificação à história ou à política. A morte de Cristo é uma liturgia cósmica, como ensinaria mais tarde São Máximo, o Confessor. Nessa liturgia, toda a criação participa:

  • O sol se esconde ao meio-dia, em luto (Lc 23,44)
  • A terra treme (Mt 27,51)
  • O véu do Templo se rasga (Mc 15,38)
  • E ao entardecer, a lua se torna sangue (At 2,20)

O sermão de São Pedro em Pentecostes (Atos 2,20):

No dia de Pentecostes, São Pedro cita o profeta Joel:

“O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor.”

Essa profecia, outrora tida como metáfora, é literalmente cumprida em 3 de abril de 33:

  • Sol escurecido ao meio-dia (Lc 23,44)
  • Lua transformada em sangue ao entardecer (eclipse lunar às 18h47)

Assim, os céus não apenas refletem, eles proclamam o Evangelho.

A crucificação não foi apenas visível na terra — ela foi ecoada nos astros.


Conclusão: A Cruz Escrita nos Céus

A convergência do testemunho dos Evangelhos, da Tradição patrística e dos dados astronômicos em 3 de abril de 33 d.C. oferece algo extraordinário. Não é apenas uma evidência histórica — é um chamado à contemplação.

A morte de Cristo não foi um acidente político, mas um momento escolhido desde antes da criação do mundo.
E naquela hora, céus e terra deram testemunho.

A lua de sangue que se ergueu sobre Jerusalém naquela noite foi um sinal, não apenas de juízo, mas de revelação — de que o Cordeiro de Deus havia sido imolado. Nenhuma gota de sangue caiu sem testemunha. A lua a levou em seu rosto.

“Essa foi a sexta-feira mais sombria da história. Mas os céus, que choraram conosco, também anunciaram a toda criação: a salvação começou.”


A ciência do homem avança, e cada novo passo, as “certezas” dos que dizem “saber mais” se dissolvem, e a Verdade que nos foi revelada desde o princípio se prova incontornável.

Até mesmo sobre essa realidade, da cegueira humana diante de seu próprio orgulho, Jesus nos alertou:

“É por isso que lhes falo em parábolas: porque, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem. Assim, se cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Ouvireis com os ouvidos e não entendereis; olhareis com os olhos e não vereis. Pois o coração deste povo se tornou insensível: tornaram-se duros de ouvido, e fecharam os olhos. Para que não vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, nem compreendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure.’” (Mt 13,13-15)

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